maria

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Quinta feira passada minha mãe lançou seu primeiro romance, “maria” – escrito assim, em letras minúsculas. A letra minúscula no início de um nome próprio na capa de seu livro é apenas mais uma das peculiaridades de minha mãe, que costumam fascinar a maior parte das pessoas que a conhecem, gostem dela ou nao.

A estória que ela conta em “maria” ganha vida com essas peculiaridades. Por vezes eu sinto meu rosto corar frente a sua honestidade em compartilhar sua complexa humanindade, e penso que eu jamais teria a audácia de exibir minhas falhas em publico como ela. Os defeitos expostos, porém, são libertadores quando associados a uma mulher admirável, suficientemente corajosa para acreditar em si e defender suas convicções.

Além dos insights sobre si, “maria” vividamente detalha características de outros, e costura sentidos invocando-me a cada cena, enriquecendo a história e impondo às minhas percepcoes a realidade dos eventos descritos. Eu vejo, sinto, cheiro e ouço o que a protagonista vive. Como consequência, em vez da empatia que costumo sentir como leitora, meu corpo reage a “maria” com emoções reais em primeira mão.

Seu talento desperta minha sensibilidade para observar a vida à minha volta: aparências adquirem cheiros, emoções ganham cor, sons recebem imagem. Toda essa intensidade é transferida para meu mundo, conectando o real e o fantástico e alimentando minha própria imaginação com o desejo de digerir a vida através das palavras.

maria
regina maria b. de albuquerque pinheiro
ottoni editora, 2009 – Itu, SP
217 paginas

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