Comida e Multiculturalismo
Acho interessante como algumas pessoas verdadeiramente preocupadas com educação multicultural e aceitação humana em geral às vezes, pelo desejo de ampliar a perspectiva do que é multicultural, desprezam como superficial os hábitos alimentares de um povo.
Embora as complexidades de uma cultura não possam ser totalmente compreendidas simplesmente preparando-se e comendo seus pratos típicos, não podemos ignorar que tais pratos sao uma fantástica fonte de informação se formos mais a fundo. As razões por trás de cada item, a influência que o clima tem sobre o que é produzido ou não em determinada região, o que é considerado sagrado, o que é considerado profano, o que é comido todos os dias e o que é reservado para ocasiões especiais, como aconteceu de cada prato ser preparado da maneira que é preparado, os nomes a eles atribuídos, todos esses aspectos do que comemos em cada cantinho do mundo podem não determinar o caráter de um povo, mas são muito provavelmente determinados pelos mesmos fatores. Tempo seco, comida seca, povo seco. Tempo quente, comida quente, povo quente. Nem sempre tão diretamente ligados, mas conexões podem com frequência ser feitas. Não é interessante que várias culturas do oriente médio usem trigo partido, carneiro, hortelã, iogurte…? Na América do Sul, por alguma razão, os preferidos são o arroz e o feijão, ao lado de carne e verduras. Temperos differentes marcam variações em países ou regiões, mas podemos quase certamente contar com os feijões em vário países da América do Sul.
Percebo uma conexão inegável entre comida, geografia e cultura, e acredito firmemente que é perfeitamente plausível ir fundo nos aspectos mais intrincados da diversidade começando com hábitos e tradições alimentares – contanto que não percamos de vista que estes são caminhos para o entendimento, não toda a cultura em si.
No comments.