Diferenças
Uma conversa de casamento incomum…
Mas estimulante mesmo assim. O tio de meu marido me pergunta: “Você não acha que o mundo seria um lugar melhor se todos os países falassem Inglês?”
Embora eu tenha certeza de que sua intenção é me levar a discutir, embarco na viagem com ele – contestando, lógico!
Como se meu desacordo tivesse fundamento no fato de minha primeira língua não ser inglês, ele refaz sua pergunta: “E se o mundo todo falasse português? Ou qualquer língua que seja, mas que todos falassem a mesma. Você não acha que as coisas seriam mais fáceis, que a vida seria mais simples?”
Minha resposta e sinceros pensamentos:
Simples, talvez, mas tão desinteressante! Privada de riqueza seria uma descrição mais própria.
Se eu tivesse que escolher uma coisa para apoiar nesse mundo, eu escolheria a diferença. Sou pró diferença, pró diversidade. Percebo o encontro com a variedade como uma das experiências mais enriquecedores que podemos ter e considero esta uma verdade em qualquer âmbito de ser humano. Até em ciência aprendemos que, quando em contato com o diferente, coisas se alteram: experimente abraçar com mãos mornas um copo de água fria. A água amorna, as mãos resfriam.
Mentes estreitas se ampliam
Mudanças, entretanto, vão além de adaptação ou reconhecimento da diferença. Por anos eu mantive a idéia de que a língua é nossa ferramenta para pensar. Assim, quanto mais línguas aprendemos, mais caminhos podemos usar para construir nossos pensamentos. Lendo este artigo defendendo multilinguismo, dei-me conta de que pesquisadores também apóiam essa idéia: aprender línguas ajuda desenvolvimento cerebral e pessoal para além da instrução e da comunicação, ou seja, multilinguismo nos ajuda a crescer, ampliando a própria habilidade de pensar e ser.
De acordo com os autores, aprender outras línguas também ensina sobre outros costumes, aumentando nossa percepção de nuances dentro de nossa própria cultura. Especialmente em um mundo em constante mudança onde o fondue* está derretendo cada vez mais, e as cores e culturas se misturando, essa sensibilidade é fundamental.
Jackson, A., Kolb, C., & Wilson, J. (2011). “National imperative for language learning” *in* Education Week, January 26, 2011.
*fondue aqui se refere ao dito norte-americano de que os Estados Unidos são o “melting pot”, ou panela de fondue, onde as culturas se misturam como os queijos do fondue.
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